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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Além dos muros dos presídios


JARDEL DE CASTRO FLACH*
Há menos de um mês, minha visão em relação às penitenciárias e aos apenados não fugia muito da tradicional: que se enquadra entre a indiferença à situação atual dos presídios e o sentimento de ódio, infelizmente, que suscita comentários do tipo "criminoso tem que sofrer, tem que morrer na cadeia, comer o pão que o diabo amassou etc.". Porém, eu, um administrador formado pela UFRGS com ênfase em Marketing, através de um concurso para agente administrativo do Ministério Público do Rio Grande do Sul, acabei tomando posse no cargo dia 3 de outubro e começando o seu exercício no dia seguinte. O lugar, no entanto, não me era muito familiar, pois entrei na Promotoria de Justiça de Controle e de Execução Criminal de Porto Alegre _ Grupo de Execução Criminal.

Nesse pouquíssimo tempo, já foi possível entender um pouco da complexidade da situação. Os familiares, por mais que não tenham cometido crimes, "cumprem" a pena junto ao apenado, e aqueles são em número muito superior a esses. Não faço atendimentos presenciais no Grupo de Execução Criminal, porém parte do meu trabalho é receber as ligações do principal telefone da promotoria: noto o nível de sofrimento e temor que uma mãe passa ao relatar como está a situação do seu filho que não recebe atendimento médico e está muito doente em algum dos presídios da Região Metropolitana. Percebo o desespero da esposa de um apenado que supostamente estaria sendo ameaçado de morte por alguma facção. Sinto a frustração de um pai que afirma que o filho apenado já deveria ter progredido de regime (fechado para o semiaberto), porém não consegue que isso seja posto em prática. Logo, o sofrimento exacerbado no estabelecimento prisional não se limita aos seus muros, pois os familiares estão em pensamentos e sentimentos junto aos apenados.

Essa é uma entre as várias consequências extremamente negativas que transbordam dos presídios para a sociedade com uma força avassaladora. O argumento que tenta legitimar a situação atual, de que o apenado merece esse tipo de degradação, é cego por vingança: um veneno que a sociedade toma sem se dar conta. Por fim, o ódio e a indiferença devem ceder espaço à sabedoria, dessa forma, o tratamento do problema da criminalidade como um todo teria pelo menos condições mínimas de efetividade.

*Administrador e servidor do Ministério Público do Rio Grande do Sul

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Integrantes do Projeto Trabalho para a Vida definem ações

Na tarde desta segunda-feira (15/10), ocorreu reunião do Projeto Trabalho para a Vida, com o objetivo de definir ações a serem implantadas nas áreas da saúde, capacitação e trabalho de apenados. Realizado no auditório do Palácio da Justiça, o encontro foi presidido pelo Juiz-Corregedor Marcelo Mairon Rodrigues e contou com a presença de entidades e órgãos parceiros.

Um dos assuntos tratados foi referente às iniciativas visando a reduzir o índice de doenças, como a AIDS e a tuberculose, na população prisional. De acordo com a Consultora da Secretaria Estadual da Saúde, Helena Lermen, atualmente, 20 equipes de saúde atuam em casas prisionais gaúchas, atendendo a 53% da população carcerária.

Uma das questões que dificultam a manutenção do tratamento é a transferência de presos. Para enfrentar esse problema, começou-se a transferir, juntamente com o apenado, o seu prontuário possibilitando a continuação do tratamento.

Também foram discutidas iniciativas para capacitação e inserção no mercado de trabalho, promovidas por meio de parcerias. De acordo com o Juiz Marcelo Mairon, as obras para a Copa de 2014 são oportunidades excelentes, mas é necessário capacitar os apenados para poder oferecer mão-de-obra qualificada às empresas.

Estiveram presentes representantes da SUSEPE, de Conselhos da Comunidade, Pastoral Carcerária, FEDERASUL, SEBRAE, FECAPENS, Conselho Penitenciário. A próxima reunião ocorrerá no dia 03/12, quando será feita uma avaliação do trabalho desenvolvido ao longo do ano.
FONTE: imprensa@tj.rs.gov.br 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Cursos de Capacitação de Servidores de VECs/TJRS

Realizou-se no dia 05 de outubro o segundo curso de 2012 de Capacitação de Servidores das Varas de Execuções Criminais, no auditório do Palácio da Justiça.

Durante o ano de 2012 a Corregedoria-Geral da Justiça proporcionou dois cursos específicos na área da execução criminal, contemplando aproximadamente 200 servidores de todas as comarcas do Estado, com o objetivo de oportunizar a atualização e aperfeiçoamento de seus conhecimentos.

Os cursos foram divididos seguindo os seguintes critérios:
a)     1º/06/2012: VECs de pequeno porte
Instrutores: Fabricio Ahlert Schlabitz, Escrivão da Vara Judicial de Barra do Ribeiro, e Fábio Longhi Serafim, Coordenador de Correição.
Palestrante: Dr. Márcio André Keppler Fraga, Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal do Foro Regional 4º Distrito.

b)     05/10/2012: VECs de médio e grande porte
Instrutores: Leandro de Conti, Escrivão Designado da VEC POA; Leonildo Albrecht, Escrivão da 1ª Vara Criminal de Ijuí, e Fábio Longhi Serafim, Coordenador de Correição.
Palestrante: Dra. Traudi Beatriz Grabin, Juíza de Direito da VEC Regional de Novo Hamburgo

No conteúdo programático dos cursos foram abordados tópicos importantes da execução criminal como rol de culpados, formação do processo de execução criminal, precatórias, multa e custas, agravo em execução, detração, remição, comutação, bem como orientações sobre atos administrativos afetos à execução criminal e, ainda, realizadas atividades práticas de cadastro de condenação, lançamento de pedidos de benefícios e decisões, controles das penas restritivas de direitos, Banco Nacional de Mandados de Prisão, prescrição da pretensão executória e cálculo isolado de frações por tipo de delito.